abril 12, 2024

Capítulo 24 - A Bronca

Fui acordada na manhã seguinte por minha aia, com muita dor de cabeça e uma tonteira forte. Disfarcei o mal estar e perguntei onde estavam Claus e Phillip. Ela disse que não sabia onde eles estavam. Levantei, troquei de roupa e segui pelo corredor até o quarto de Phillip, que estava vazio. 

Voltei ao meu quarto e perguntei a Ane onde estava o Rei e ela falou que ele me aguardava para o café da manhã, no salão de jantar. Apressei meu passo e desci as escadas em direção ao salão de jantar. Onde encontrei meu pai, Claus e Phillip, tomando o café da manhã e conversando animadamente.

Para minha surpresa, Claus havia se apresentado como médico. Meu pai jamais saberia o que ocorreu. Nunca saberia que eu fui à Paris para buscar um vampiro para salvar a vida de meu noivo vampiro. A ignorância era uma benção. 

Com tudo que vivi até aqui, meus pesadelos estavam sempre comigo, desde a primeira noite em que o príncipe entrou em nosso reino. Mas eu preferia os pesadelos, desde que ele estivesse comigo. Os três olharam diretamente para mim, quando atravessei a porta e sentei ao lado do meu pai.

Ainda não estava bem do estômago, por isso acabei comendo só as frutas. Embora o rei me julgasse com seu olhar. Ao terminarmos o café, meu pai pediu licença ao príncipe e seu convidado, pois precisava falar comigo.

- Podemos conversar? - ele estendeu gentilmente sua mão para que eu a pegasse e pudesse acompanhá-lo.

Levantei, pedindo licença. O rei e eu fomos até a biblioteca. Onde o rei começou seu discurso:
- Seu noivo estava doente e você, uma menina de 17 anos, achou uma boa idéia ir até Paris para fazer compras?
- Papai, eu fui a Paris, pois ao falar com Phillip, ele me falou que estava doente e o casamento iria demorar, que eu poderia cuidar de outros detalhes para o casamento, já que ele seria adiado. - criei a pior desculpa que podia, mas talvez funcionasse.
Ele caminhava por entre as poltronas de couro preto, chegando até a que eu estava sentada. Ele se curvou em minha direção e falou:
- Você não viaja sem minha autorização, nem pode. Mesmo com sua aia. Preciso que você diga se entendeu? A partir de hoje você ficará dentro dos portões do castelo e, até o casamento, vai ser vigiada por dois soldados. - ele se afastou.
- Peço desculpas, Majestade. Não vou desobedecê-lo. - falei engolindo em seco.
- Ótimo. Após se casar as regras serão de Phillip, mas até lá, você obedece ao seu rei. Ainda que seu noivo tenha lhe permitido, eu não deixei. -  neste momento ouvimos uma batida na porta. - Sim. Pode entrar - respondeu o rei
Phillip entrou pela porta e perguntou a meu pai se poderia falar comigo. Meu coração disparou. Acho que agora a bronca seria mais terrível.
- Vou deixá-los a sós. - falou o rei saindo e fechando a porta atrás de si, enquanto tentei levantar da poktrona onde estava, sem sucesso, pois Phillip se curvou em minha direção:
- Você foi a Paris e trouxe Claus? Como você fez isso? Ele jamais viria. O que você falou? Ou o que ele te pediu enm troca de salvar a minha vida? Por que você se colocou em risco? - ele disparou com um ar nervoso e uma voz quase sussurrada.
Tentei respirar, mas o ar não vinha.
- Eu... eu achei... você podia morrer.... - balbuciei quase num gaguejo.
- Estou vivo, mas o sangue de Claus tem um preço e ele me odeia, disse que você já pagou o preço. - ele falou se aproximando mais de meu rosto, pude sentir o hálito gelado dele perto de meu rosto.
- Ele falou o que ele fez? - perguntei com a voz falhando
- Ele me falou do seu preço, um beijo de minha jovem doce e bela noiva. Você o beijou? - Ele perguntou com os olhos fixos nos meus
- Ele me beijou, não tive tempo sequer de responder. E o beijaria outras vezes se isso fosse salvar você. - falei abaixando meu rosto para meu colo.
Ele pegou meu queixo e levantou minha cabeça para que eu olhasse em seus olhos:
- Você não pode colocar sua vida em risco. Claus é perigoso e se ele te matasse eu não conseguiria continuar vivo.