junho 01, 2024

Capítulo 44 – Mais uma interjeição

Antes que eu respondesse ouvimos uma batida na porta. Era Anna. Eu precisava experimentar uma última vez o vestido para amanhã e ela veio me buscar para que eu fizesse isso. Levantei-me apressadamente. Pedi licença ao príncipe e segui minha aia até a sala onde duas costureiras e outras servas já estavam.
Vesti o vestido que aparentava levemente mais largo, mas nada que pequenos ajustes de última hora não resolvessem. Colocar o vestido pela última vez, antes da cerimônia, me fez chorar. Depois de amanhã eu me despediria de meu reino. De minha infância e de toda uma vida que havia até ali. Lucas entrou na sala dizendo querer falar comigo, mas rapidamente se calou e ficou com o olhar admirado em minha direção.
- O que houve, Lucas? O que é mais urgente do que meus preparativos? - questionei impaciente.
- Posso aguardar. Vossa Alteza irá se trocar e talvez possa dar uma volta com seu amigo de infância pelo jardim? - ele falou soando mais como uma ordem do que como uma sugestão.
- Sim, mas saia agora para que eu possa me trocar. - apontei para a porta com raiva, estava cansada de suas interjeições e ele agora parecia notar
Ele saiu. Minha aia me auxiliou para que eu vestisse meu vestido azul de antes. Saí da sala fechando a porta atrás de mim. Segui para o Jardim, já era quase a hora do almoço, mas pedi ao rei que me permitisse um pequeno atraso para que eu conversasse com Lucas. No jardim, Lucas me aguardava no banco onde eu costumava sentar a espera do retorno deles.
- Fale-me, meu amigo. - comecei a conversa de forma amistosa.
- Diga-me que Vossa Alteza não prosseguirá com essa loucura! - disse ele avançando em minha direção, pegando minhas mãos.
- Do que você está falando, Conde? - eu já estava impaciente e irritada com a insistência dele.
- Você deseja mesmo casar-se com uma criatura das trevas, que não poderá lhe dar futuro, ou herdeiros! O rei sabe do que você e ele estarão abdicando? - ele falou em tom de súplica
- Lucas, eu amo Phillip. Sei de seus sentimentos por mim, mas quero que você respeite os meus sentimentos por meu noivo. Nada me fará mudar de idéia! - respondi irritada levantando
- Mas como será a sua vida? Como conseguirá viver numa noite eterna? E os herdeiros? - ele insistiu
- Já conversei com Phillip. Ele pode me dar filhos, mas não é algo que eu queira agora. Sobre a noite, no reino dele há um feitiço, já vimos um pôr do sol juntos. - respondi assertivamente.
- Então não posso ter mais esperança? - ele questionou desolado, abaixando a cabeça e olhando para o chão.
- Tenho você como um irmão, Lucas. Mas é só isso. Meu coração é dele. - falei olhando ao redor. Percebi que já havia passado muito tempo e provavelmente perdemos o almoço. O rei ficaria furioso.
- Tenho que voltar, preciso me alimentar. Ordens do rei. - falei quase num sussurro, correndo de volta para dentro do castelo.
Voltamos para dentro do palácio e o salão de jantar já estava vazio, todos já haviam almoçado. Pedi a Anna para levar algo para que eu almoçasse em meu quarto. Chegando lá percebi uma sombra perto da janela. Era meu pretendente. Meu príncipe. Mas sua expressão era irritada.
- Por que você não estava no almoço hoje? Seu pai falou que você se atrasaria, mas você não foi e vi quando saiu do palácio acompanhada de seu amigo Lucas. O que é mais importante do que sua saúde? - notei claramente a irritação em sua voz
- Lucas me chamou para conversar. - falei segurando a respiração – parecia importante.
Phillip que estava com os punhos cerrados acertou um soco na parede ao lado da janela, quebrando algumas pedras dela. Isso me assustou.
- O que ele queria? O que ele ainda quer? - Phillip falou entre os dentes, com a voz num tom ríspido que eu nunca ouvira antes, seus olhos mudando de cor para um vermelho sangue.
Caminhei rapidamente até ele e o abracei, aninhando minha cabeça em seu peito, como seu cheiro era agradável e apesar da pele gelada, era confortável para mim abraçá-lo.
- Ele achava que ainda conseguiria me convencer de desistir do casamento. - falei sem respirar, pois estava muito tensa.
Uma batida na porta nos interrompeu. Era Anna trazendo uma bandeja com o almoço. O cheiro me fez salivar, eu estava com fome. Peguei a bandeja e pedi a ela que não deixasse ninguém me interromper, pois queria comer tranquilamente. Coloquei a bandeja na mesa próxima à janela e sentei-me na poltrona de frente para a mesa. Pedi a Phillip que se sentasse também.
- Preciso comer. Meu vestido precisou de muitos ajustes. Não quero novos ajustes, nem novos adiamentos. Amanhã nos casaremos. - falei com um sorriso no rosto
- Como? Mas você falou que estava conversando com Lucas sobre desistir… - Phillip falou sem entender e se reclinando em minha direção, neste momento eu o interrompi
- Ele queria que eu desistisse, mas pedi a ele que respeitasse minha decisão e que meu coração era seu! - olhei para ele enquanto falava, pegando com um garfo uma porção de comida levando-a até a boca. Eu estava de fato com fome. Mas os olhos de Phillip congelaram nos meus e ele parecia mais faminto do que eu, seus olhos voltaram à cor negra que eu amava.
- Vossa Alteza falou isso a ele? - o príncipe falou confuso, sem desviar os olhos dos meus.
- Com essas palavras, meu amor. - complementei colocando outra garfada na boca. - Acredito que ele não insistirá mais. Há mais algum preparativo do qual nos esquecemos para amanhã? - perguntei mudando completamente o foco da conversa, propositalmente, sem que os olhos de Phillip desviassem de mim.
- Como a princesa me chamou? - ele falou soando ainda mais confuso.
- Estamos sozinhos. Você sabe de meus sentimentos por você. Não chamarei meu príncipe por seu título mais. Por agora, lhe chamarei de meu amor. - falei colocando mais um pouco de comida na boca, com um leve sorriso malicioso no canto do lábio.
Phillip se levantou de sua poltrona e se ajoelhou em minha frente numa velocidade, cujo susto me fez engasgar. Antes que eu pudesse prosseguir na minha refeição ele beijou meus lábios delicadamente e falou quase num murmúrio:
- Repita, por favor, minha princesa. Por favor… - Antes que ele falasse mais uma vez repeti:
- Não lhe chamarei mais de Vossa Alteza quando estivermos sozinhos. Meu príncipe, sozinhos você sempre será meu amor.
Ele me puxou para ele e encheu meus lábios de beijos. Ficamos de pé. Ele parecia estar em uma espécie de transe. Intercalamos beijos com abraços apertados de cortar a respiração, eu podia sentir cada curva de seu corpo e seus músculos sob a roupa. Então ele se afastou e disse:
- Vejo minha amada no jantar. Por favor, não se atrase. Será nossa última refeição como solteiros. - ele se virou e saiu do quarto.
Sentei novamente, terminei minha refeição e deitei para descansar. Na hora do jantar fui acordada por Anna que rapidamente me auxiliou para que eu estivesse arrumada e bela para descer em tempo.

Capitulo 43 – A véspera

Amanhã seria o grande dia. Acordei muito tarde, bem descansada. Os raios de sol não invadiram meu quarto, pois as pesadas cortinas estavam completamente fechadas. Eu sabia que era tarde, pois ouvi o som das charretes de comerciantes e fornecedores chegando ao palácio. Os carregamentos para o banquete e uma quantidade absurda de flores.
Afastei uma pequena parte da cortina. Lembrei-me que adormeci com Phillip no meu quarto. Onde ele estava? Abri a porta e os guardas estavam de pé do lado de fora. Onde ele estava? Fui até o banheiro e tomei um bom banho quente. Ainda sentia alguma dor da fraqueza de antes, mas estava melhor e a água quente ajudava. Chamei Anna, que me ajudou a me vestir. Coloquei um belo vestido azul celeste. Saí do quarto ao lado de minha aia. Seguimos para o salão de jantar onde pude ver Phillip sentado ao lado do rei na ponta da mesa de café-da-manhã, Lucas sentado do outro lado da mesa aparentando uma leve irritação.
Parei de respirar. Como? É dia! Olhei ao redor e todas as cortinas e janelas do palácio estavam completamente fechadas. O sol não entrava nem por uma fresta. O rei me chamou com um aceno de mão e fui até ele. Ele apontou para que eu sentasse a sua direita, Phillip estava a sua esquerda.
- Bom dia, Vossa Majestade, Sua Alteza. - falei me sentando
- Como minha filha está? Está melhor hoje? Parece mais descansada, mas não está bem ainda. - o Rei falou colocando sua mão sobre a minha – Pensei que você já estaria bem melhor, mas talvez devêssemos adiar mais um pouco o evento de amanhã.
- Não! - respondi rapidamente e talvez um pouco alto, fazendo muitos olhos na sala se voltarem para mim. Pude notar o olhar com o sorriso malicioso no rosto do noivo. - Quero dizer, estou bem. Só me alimentarei e descansarei por hoje, será o suficiente, vossa majestade, não há necessidade de mais adiamentos.
- Há alguns meses a princesa não queria que esse dia chegasse, mas agora parece que está ansiosa pelo dia de amanhã. - Phillip falou com ironia sem retirar o sorriso dos lábios.
Fiquei em silencio olhando para o meu prato enquanto comia. Preferi não responder, apenas terminei a minha refeição. Pedi licença e saí em direção à biblioteca. Entrei em silêncio, peguei um livro e sentei-me na poltrona em frente a janela completamente fechada. Dessa vez consegui ler bastante, cheguei praticamente na metade do livro. Parece que ter parte das respostas às minhas perguntas havia ajudado minha mente a sair da ansiedade anterior.
- Posso te dar mais respostas! - ouvi a voz de Phillip assertiva, quando ele entrou pela porta da biblioteca e caminhou em minha direção sentando-se na poltrona bem ao meu lado - Mas também quero uma resposta.
- Justo! - falei sem retirar os olhos do livro – Pode me perguntar o que quer saber.- falei ainda olhando para o livro.
- Você havia me falado que estava se apaixonando por mim. Seu pai me falou da conversa que vocês tiveram, na mesma noite em que você voltou após ter ido me ver na cabana. Posso perguntar o que Vossa Alteza sente por mim? - ele falou retirando o livro das minhas mãos e fechando-o – mas quero que me responda olhando nos meus olhos.
- Sim, eu estou completamente apaixonada por você, Phillip! - respondi olhando em seus olhos e aproximando meu rosto do dele. - Você me protege e parece querer cuidar de uma menina mimada e teimosa como eu, então… espero que seja a resposta que você busca. - falei pegando o livro de volta das mãos dele e afastei-me dele recostando na poltrona.
Ele recostou em sua poltrona e ficou olhando diretamente para mim.
- Larga esse livro! - ele falou depois de alguns momentos em silêncio.
- Podemos conversar, mas qualquer um pode entrar aqui e nos ouvir. - falei com receio, ainda segurando o livro aberto
Ele levantou rapidamente e quase como um borrão foi até a porta, girou a chave, trancando a porta e voltou a sentar em sua poltrona agora aparentemente mais relaxado.
- Agora teremos um pouco mais de privacidade. O que mais você queria saber sobre vampiros? - ele perguntou tomando o livro de minha mão novamente, mas dessa vez o lançando sobre uma mesa do outro lado do cômodo.
- O… o que foi isso? Como você trancou a porta? Como o livro foi… - falei assustada mais gaguejando do que falando.
- Vampiros são caçadores perfeitos. Velocidade é algo natural, difícil de controlar, força e precisão também. Por isso arremessei o livro e ele parou onde eu queria. - ele respondeu sorrindo. - Mas não quero que você tenha medo de nenhuma aptidão minha, elas servirão apenas para que eu cuide de você e te proteja.
Ele se aproximou seu rosto do meu enquanto falava, com seus lábios quase tocando os meus. E num sussurro ele completou:
- Eu te amo, minha princesa! - ele terminou a frase dando-me um leve beijo que rapidamente se transformou em um beijo mais profundo.
Quando nos afastamos para retomar o fôlego, perguntei:
- Como você sabe que nunca vai me machucar? - a pergunta saiu como uma flecha que rapidamente atingiu Phillip. Ele se afastou, se levantou de sua poltrona e começou a andar de um lado ao outro da biblioteca pensativo
- De fato há alguns instintos que não posso controlar, mas a maioria deles eu controlo. Há um constante desejo de lhe morder e provar do seu sangue, mas durante todo esse tempo em que estamos juntos tenho conseguido controlar. Aparentemente a sua presença parece saciar esta vontade. - ele falou demonstrando certa tensão e passando os dedos entre os cabelos.
Permaneci sentada. Pensando. Passou pela minha mente o fato de que eu envelheceria, mas ele não.
- E a questão do meu envelhecimento. Eu envelhecerei e morrerei. A menos que você… - parei ao imaginar com pavor em me tornar uma criatura eterna, como ele.
- Novamente, mais uma questão que não quero resolver agora. Alteza, você tem apenas 18 anos. É cedo para pensarmos em envelhecimento. - ele falou sentando-se na poltrona a meu lado calmamente – há mais alguma questão que lhe incomode e talvez te impeça de descansar ou mesmo de nos casarmos amanhã?

Capítulo 42 – Mais expectativas

Tudo o que eu precisava depois de passar mais de um mês sofrendo por pensar que meu pai, meu melhor amigo, seu pai e o amor da minha vida haviam morrido à distância, sem comer ou dormir direito, era mais uma noite sem sono. Uma noite inteira acordada. Sentia raiva de Lucas por enfiar em minha cabeça todas essas dúvidas. As perguntas não saiam da minha cabeça. Não poderia perguntar a Phillip, pois talvez ele nem devesse estar na cabana. Ainda que estivesse, com dois guardas na porta de meu quarto, não conseguiria chegar até o portão.
Como eu poderia dizer sim a ele e abrir mão do resto da minha vida? Iria enlouquecer se não pudesse perguntar a ele. Será que ele sabia as respostas que eu precisava? Amanhã eu teria que conseguir fugir e chegar até a cabana. Talvez se tentasse fazer isso durante o dia.
Todos os sons da noite me atrapalhavam. Móveis estalando, o vento do lado de fora. Eu precisava descansar. Todo meu corpo doía. Levantei da cama e desisti de dormir. Minha mente não conseguia desligar. Abri a porta do meu quarto e caminhei silenciosamente até a biblioteca. Seguida pelos dois guardas. Informei a eles que só iria até a biblioteca para ler.
Talvez um livro acalme minha mente. Abri a porta e ela rangeu. Sentei-me próxima à janela com um pequeno romance na mão. Depois de ler cinco vezes a mesma página sem conseguir entender a história, coloquei o livro na estante e segui para a porta. Mas neste momento senti uma mão fria tocar no meu braço.
- Phillip! - reconheci seu cheiro e seu toque em meu braço.
- Sua alteza deveria estar dormindo! Precisa se recuperar para a cerimônia. - ele falou com um tom forte, quase uma bronca.
- Sim, mas não consigo! - falei em tom de reclamação - Rentei dormir, mas Lucas esteve conversando comigo sobre vampiros e agora minha mente está povoada de dúvidas com um toque de desespero... - falei ironica enquanto me virava para ele – O que você está fazendo aqui? Como entrou? Eu achei que só o veria depois de amanhã na cerimônia.
Ele puxou meu braço para que eu chegasse mais perto dele. Passando os braços ao redor de minha cintura e encostando minha cabeça em seu peito, ele continuou:
- Lucas! Ele de fato acha que sabe tudo sobre vampiros, não? - ele falou com um misto de raiva e ciúmes em sua voz.
- Preciso voltar para meu quarto. Não sei como estarei amanhã. Já estou muito cansada. Mas queria saber o que você está fazendo aqui? - falei recostando minha cabeça em seu peito musculoso um pouco mais. Como eu adorava abraçá-lo assim. Acalmava toda a minha ansiedade.
- Minha princesa, vamos! Eu te levo até seu quarto. Mas antes a sua resposta. Seu pai estava preocupado, pois você passou o dia inteiro em seu quarto e ele perguntou se havia algo que eu pudesse fazer para ajudá-la a se recuperar para depois de amanhã. Bem, Lucas deve ter falado que nós temos alguns poderes, meio mágicos. Posso fazê-la dormir profundamente. Já fiz isso uma vez, lembra? - ele falou segurando a maçaneta
- Não, não quero acordar daqui a três dias! - reclamei com ele, fazendo uma careta irritada
- Esse é só um dos poderes, minha princesa. Também posso ajudá-la tirando as suas dúvidas. - ele falou com um sorriso malicioso nos lábios
- Prefiro essa idéia. - respondi olhando assustada para os guardas, que caíram sentados no chão dormindo profundamente, com um gesto de mão de Phillip, enquanto passávamos por eles no corredor – O que foi isso?
- Mais um dos poderes. Não quero que ninguém nos incomode e você precisa de respostas. Posso hipnotizar humanos com um gesto, por isso eles adormeceram. Amanhã eles estarão muito bem. E descansados. - novamente aquele sorriso malicioso no canto dos lábios.
- Lucas me falou que talvez você não possa… - antes que eu terminasse de falar ele colocou o dedo nos meus lábios me calando
- Deixe-me adivinhar: que vampiros não podem ter filhos? - ele parecia ler minha mente, errei o passo ao entrar no quarto e quase caí, mas as mãos de Phillip ainda estavam em volta de minha cintura. - Você está muito cansada. Tem certeza de que não quer ter essa conversa amanhã?
Fiz que não com a cabeça. Ele balançou a cabeça nitidamente irritado. Mas continuou.
- Podemos! Há vampiros com filhos espalhados por todo o mundo. Os filhos nascem como humanos normais, mas há algo no desenvolvimento que muda na vida adulta. - ele parou e limpou a garganta. - Então sim, eu quero ao menos três filhos, minha princesa. Mas não precisamos apressar as coisas. Está mais tranquila?
- Sim, acho que vou me deitar antes de cair. - falei com um sorriso sem graça no rosto – você vai embora? Ou ficará até o dia da cerimônia? Quando você chegou? - perguntei com ansiedade.
- São muitas perguntas. Seu pai me chamou hoje, vim assim que ele me chamou, mas já trouxe o que precisava para ficar até nosso casamento. Então não vou embora. Talvez aproveite o tempo extra que terei com você. Mas talvez você precise descansar. Aliás, o Rei me contou sobre a conversa que vocês tiveram e o quanto minha amada princesa fez questão de dizer que estava certa de que queria se casar comigo. E agora? O que você sente por mim? - quando ele terminou de falar e se virou para me ver eu já estava deitada em minha cama dormindo profundamente. - Acho que terei que esperar até amanhã.