fevereiro 11, 2011

Capítulo 7 – O segundo encontro

Entrei em seu quarto silenciosamente, sem que ele abrisse os olhos. Somente vê-lo dormir já era observar um pedacinho do paraíso, era a criatura mais bela que eu já havia visto. Como podia ser tão belo? Meus olhos percorreram todo o corpo dele dos pés, passando pela a camisa parcialmente aberta mostrando uma pequena parte de seu peito esculpido em músculos, até os seus cabelos negros bagunçados sobre o travesseiro. Deitado, parecia estar dormindo tranquilamente. Tranquei a porta atrás de mim, tentando evitar qualquer som. Ousei me aproximar silenciosa e lentamente da cama.

Estava extasiada com aquela visão, tanto que nem percebi quando ele abriu os olhos. “O que você está fazendo aqui?” Perguntou se pondo de pé e caminhando em minha direção. “Vossa Alteza, não pretendia acordá-lo.”- falei dando um passo para trás e acabei pensando alto: “Como você é perfeito!” Após um suspiro: “Vossa alteza é realmente um vampiro, como me disse? Gostaria que me mostrasse que realmente é um vampiro, pois ainda não acredito.”

Ele voltou para sua cama e deitou-se de costas para mim, cobrindo-se completamente e com um gesto de sua mão me mandou sair. Virei para sair, mas um misto de exaustão e nervosismo me atingiu e caminhei cambaleando até a porta. “O que você tem, princesa?” ele perguntou ao perceber que eu não estava caminhando direito. Quando coloquei minha mão na maçaneta e ia destrancar a porta, faltou o ar e cai, mas com uma velocidade sobrenatural ele levantou-se da cama e me segurou antes que eu tocasse o chão. “Foi o vinho? Eu não a vi beber esta noite. O que você tem?” ele falou baixo com um tom preocupado enquanto me carregava e colocava deitada em sua cama.

“Eu não quero falar." - respondi cobrindo o rosto. "Você não quer me mostrar que é realmente um vampiro, então deixe-me sair. Vou para o meu quarto. Não sei muito sobre os vampiros só conheço algumas lendas e histórias de aldeões sem muitos detalhes,” falei tentando me levantar, mas não conseguindo pois estava sem força.

“Você quer ver o monstro?"- ele perguntou com seus lábios quase tocando em meu ouvido. - "Não basta minha palavra? Tudo bem, eu não queria te mostrar isso, mas … talvez você nem lembre disso amanhã.” segurando-me contra a cama e tampando a minha boca com uma das mãos, ele começou a se transformar seus olhes ficaram vermelhos como o sangue e seus dentes cresceram. Pensei: “Isso é real!” e senti minha boca dormente sob a mão gelada dele. Fechei os olhos completamente aterrorizada.

Após alguns minutos senti sua mão em minha nuca, ele me colocou sentada: “Você não está bem. O que houve? Por que está assim?”ele perguntou preocupado. Eu ainda tentava regular minha respiração, mas sem muito sucesso. Senti uma exaustão bem maior agora.

“Isso deve ser medo. Tenho medo de você. Preciso voltar para meu quarto agora, posso?” levantei-me devagar e cai no chão. Senti quando ele me pegou em seus braços e sussurrou no meu ouvido - “Você não vai conseguir voltar até seu quarto.” Carregando-me silenciosamente pelos corredores ele me colocou sobre a minha cama e virou-se em direção à porta.

“Não vá!” pedi com a voz falhando. Ele respondeu com um breve aceno e pude ver a porta se fechando atrás dele. Passei a noite acordada, quando fechava os olhos via o cavalo devorando a ratazana ou Phillip transformado em monstro. Quando o sol apareceu no horizonte finalmente consegui adormecer.

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