Phillip se virou para a poltrona e rapidamente vestiu sua camisa, colocando seu paletó em seguida. Ele foi até os aposentos onde havia ficado e rapidamente arrumou sua bagagem. Pude vê-lo sair pelo portão principal do castelo, seguindo até sua carruagem que já o aguardava do lado de fora do castelo. Tive muito tempo para pensar em tudo que aconteceu, durante os dias após a sua partida. Parecia que os dias passaram lentamente e eu já não seguia mais até a floresta. Pensei muito em tudo durante o tempo em que eu não o vi. Não dormia mais direito e só me alimentava quando obrigada por meu pai ou minha aia. Foi a pior dor que eu sentira, aquelas saudades. Era estranho e pertubador, como se fosse um vício. Ele estava longe e eu o queria perto.
Os dias eram todos iguais. Tudo parecia se repetir. Cheguei a fugir uma tarde para ir até a cabana, para ver se encontrava Phillip, mas ele não estava lá. Ele me mandava cartas todos os dias, mas eu não as abri. Estava com raiva por conta da distância. Não queria saber de nada, não respondi a nenhuma delas. Ele parecia saber que eu não lia as cartas, pois também enviava cartas ao Rei.
Meu pai parecia empolgado ao contar sobre cada uma delas, algumas novidades sobre as tratativas comerciais, alguns pequenos problemas de abastecimento. Eu não ouvia. Sentia raiva por ele ter que ficar tanto tempo longe, não parecia sentir minha falta.
O casamento seria em uma semana, mas se passou quase um mês até que eu me recuperasse completamente e por isso o rei havia acertado uma nova data. Faltavam cinco dias para o casamento, quando recebi uma carta diferente. Não era de Phillip. Abri, pois um arrepio de preocupação percorreu minha espinha. Um servo do príncipe relatava que ele havia adoecido. A letra não era a dele. A carta dizia que havia a possibilidade de adiamento do casamento, caso ele não se recuperasse.
Fiquei apavorada com a ideia de um adiamento. Eu já sentia tanta dor com a falta dele. Uma pergunta não saia de minha mente: "Como um vampiro, um ser imortal, poderia adoecer?" Pedi permissão ao Rei para visita-lo. Eu estava tensa era algo razoável, pois tratava-se de meu noivo. Mas o rei recusou. Meu pai disse que ele deveria ir ver o estado de Phillip e não eu. Concordei com ele, mas pedi para que ele me desse notícias. Antes de ir, no entanto, de forma cordial o Rei preferiu enviar uma carta ao principe pedindo permissão para ir ve-lo. De forma a não incomodá-lo em sua recuperação. Adicionalmente ele perguntou se haveria algum problema dele levar consigo a princesa.
Passei a noite pensando. Não consegui descansar imaginando qual enfermidade teria caído sobre Phillip. Dois dias depois uma carta finalmente chegou, para a minha surpresa na letra de Phillip:
"Caro amigo,
Sinto muito por meu estado e também por não poder recebê-lo. Toda essa situação é lamentável. É uma pena, pois eu adoraria rever minha noiva. No entanto, convido-os para virem de qualquer forma, mesmo sem que eu possa vê-los pessoalmente, sabendo que ao menos conhecerão meu reino e meu castelo.
Se possível, traga minha adorável noiva, a idéia de tê-la próxima de mim pode ao menos diminuir um pouco minha solidão que esta enfermidade me trouxe.
Meu mordomo real irá recebê-los e acomodá-los. Prepararei os quartos de hóspedes para sua comitiva, um somente para minha noiva e outro para Vossa Majestade.
Amanhã enviarei minha carruagem real para buscá-los, meus cavalos são treinados e a viajem fica mais rápida com eles e peço que fiquem ao menos uma noite em meu castelo.
Philip III"
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