janeiro 08, 2011

Capítulo 4 – De volta a rotina

Acordei na manhã seguinte em minha cama no castelo. Dei um pulo da cama ao ver Ana entrar pela porta: “Você me disse que iria chegar mais tarde hoje. Onde está sua capa?” A vontade de contar todo o ocorrido era grande, mas ela ficaria com medo e não me deixaria voltar até lá. Eu nem sabia se realmente queria voltar até aquele lugar. Respondi a ela simplesmente: “Senti saudades de meu quarto, nem tudo é belo além dos portões do castelo.

Após me trocar desci para tomar o café da manhã com meu pai. Descobri que meus planos de voltar para a cabana deveriam ser adiados, porque o rei planejou um jantar de noivado, com toda a nobreza presente e meu pretendente esta noite. Ele iria conversar sobre a aliança antes que eu conhecesse.

Por isso os arranjos e todas as belas decorações no salão de gala do castelo. “Um jantar, papai? Por que não me avisou ontem? O que vestirei?” Ele muito sorridente, pois estava feliz com minha preocupação quanto ao que vestir. “As costureira vieram ontem para isso e voltarão hoje para vesti-la.” Ele estava menos preocupado que da primeira vez que conversamos sobre o casamento arranjado.

Fiquei boa parte da manhã no meu quarto pensando, queria voltar àquela cripta e ter coragem de falar com aquele lindo ser. Mas eu tinha medo e os compromissos deste dia já seriam demais. Não poderia sair após o noivado e se o rei quisesse falar comigo mais tarde. Era tudo muito arriscado.

As costureiras chegaram no meio da tarde. Vesti um lindo vestido em cetim rosa, cheio de fitas e pedrarias. Parecia uma verdadeira princesa. Mas meus pensamentos voltaram para o casamento. E se meu pretendente fosse um velho, feio e barrigudo. Como poderia eu com meus 17 anos me casar com alguém tão mais velho.

Era difícil não pensar neste tipo de coisa, o rei não me dava detalhes sobre meu pretendente. Reino distante e príncipe eram as únicas coisas que eu sabia. O que mais me perturbava era não ter minha mãe para conversar sobre estas coisas. Como seria casar com alguém? Ora, eu deveria ter alguém para falar comigo sobre isso.

A tarde caiu e pude ver o movimento frenético de carruagens chegando de minha janela. Só podia sair de meu quarto quando o rei me chamasse. Assim manda a tradição. Então eu ali, sentada, pronta e só apreciando as luzes e a nobreza chegando pela porta da frente. Avistei uma carruagem negra chegando, com quatro belíssimos cavalos e pude ver alguém saltar da carruagem acompanhado de seu servo. “Será que era o príncipe? Parecia mais novo do que eu pensava. Mas de longe...”

Acompanhei a carruagem com os olhos e vi quando ela foi colocada atrás do castelo distante das demais. “Estranho!” Pensei. Um dos cavalos olhou para cima e vi seus olhos como chamas vermelhas. Meu coração disparou e comecei a tremer, aquilo não era um cavalo normal. Tive uma visão ainda mais pavorosa quando o cavalo arrebatou uma ratazana e a devorou lambendo o sangue que havia escorrido pelo chão.

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