julho 11, 2011

Capítulo 10 – Mais um pouco de Philip

- Vossa Alteza está tentando fazer com que eu me sinta culpado pela outra noite?

- Não, estou tentando conversar com Vossa Alteza de forma civilizada - respondi tentando inutilmente me soltar dos braços dele - você pode me soltar? deixe-me ir até lá fora! O rei acha que estou doente, está até pensando em adiar o casamento, mas não me sinto mal. Deixe-me ir, eu tenho que voltar para o palácio...

- Você não está bem. O que você tem? - ele falou segurando-me pelo pescoço de forma que pudesse olhar para os meus olhos – está tão pálida, parece fraca, por que se arriscou a vir até a floresta, por que não ficou descansando?

- Eu precisava saber o que havia acontecido com você. Não preciso descansar... - respondi com um tom irônico enquanto me esquivava dele e fugia para a floresta - … se quiser, pode me seguir.

Terminei de falar e saí rapidamente para a floresta, que agora parecia bem mais assustadora e fria a noite. Diminui a velocidade da caminhada quando senti a falta de ar e a fraqueza retornando. Vi um amontoado de folhas secas e sentei sobre elas para descansar. Após alguns minutos sozinha senti um calafrio ao ouvir uivos de lobos se aproximando. Pensei em voltar para a cabana, mas não consegui levantar, minhas pernas não respondiam. Estava muito cansada.

Não estava acreditando, consegui correr até a cabana e agora não tinha forças para fugir. Pude ver os olhos dos lobos ao longe e fechei os olhos, porque não queria ver o que iria me acontecer. De repente ao abrir os olhos me vi cercada de lobos. Por que não fiquei na cabana? Olhei para o alto e gritei com toda força que me restava, na esperança de ser ouvida por alguém.

Abaixei a cabeça e a cobri com o xale em encolhendo, a ideia de ver aqueles lobos me devorando não era agradável. Ouvi algo que parecia uma briga entre os lobos e depois um silêncio mortal. Estava com medo de descobrir a cabeça, mas fui baixando o xale vagarosamente. A visão era assustadora: Philip de pé coberto de sangue com vinte lobos mortos ao seu redor. O ar que me faltava antes ficou agora totalmente escasso.

Philip correu em minha direção, pegou-me em seus braços, que pareciam estranhamente mais fortes do que antes e me carregou de volta para a cabana. Sem falar uma palavra. Ele só buscava sentir o cheiro de meus cabelos durante o trajeto. Ele me colocou na cama e acendeu a lareira, descendo para a cripta. O quarto parecia bem mais aconchegante e quente. Encolhi-me enrolando o xale.

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