maio 01, 2024

Capítulo 29 - Mais verdades

Os primeiros raios de sol iluminaram meu quarto atravessando as brechas nas cortinas. Pude ver Phillip sentado dormindo na poltrona próxima às janelas. Afastei as cobertas, levantei e caminhei silenciosamente até o banheiro. Consegui passar por ele sem acordá-lo. Ele cumpriu mais uma vez a promessa de ficar até o amanhecer vigiando meu sono.
Ao sair do banheiro Phillip estava sentado na ponta da cama, acordado e olhando enquanto eu caminhava do banheiro de volta para a cama.
- Bom dia, como está se sentindo? - ele perguntou com a voz ainda rouca.
- Melhor. Dolorida, mas melhor. Consegui dormir melhor hoje. Preciso voltar para casa. O rei vai acabar ficando irritado com a demora para voltarmos. Primeiro sua doença e agora isso. Estou preocupada com esconder tantas coisas do rei... - falei enquanto deitava de volta na cama e puxava as cobertas sobre mim.
- Ele não vai desconfiar. - ele falou me cobrindo
- O que fez você acreditar em mim? Vir me socorrer quando Claus tentou me matar? - perguntei com um tom irritado - Antes você não acreditou tanto em mim quando te contei sobre o que havia ocorrido em Paris. O que mudou?
- Anteontem, depois que te encontrei coberta de sangue no chão, sem ver o que havia acontecido ou sem sequer ver Claus, imaginei que ele teria feito isso com você, mas você estava desacordada. Eu não tinha como perguntar a você. Claus pode ser violento, mas só quando é contrariado. Imaginei que algo mais poderia ter acontecido em Paris, ele deve ter tentado algo alem do beijo em você. Então, vampiros são excelentes controladores de mentes. Chamei Ane na biblioteca e sob meu controle pedi a ela que me contasse em detalhes sobre a viagem de vocês a Paris. Ela contou tudo. Mortais não mentem quando controlados. Sei que Claus não tentou nada, mas roubou um beijo contra a sua vontade.
- Você não viu Claus me levantando pelos cabelos? Eu vi você entrando pela porta! Não daria tempo dele escapar.
- Vi o momento em que ele te arremessou contra a parede. Talvez da segunda vez... e o lancei pela janela aberta. Ao cair lá embaixo ele correu para a floresta. Ontem, antes da segunda visita do Dr. Oliver eu rastreei Claus com outros soldados meus pela floresta. Ele sumiu. - ele disse pegando minha mão e segurando entre suas mãos.
- Por que você não foi atrás dele quando o viu correndo para a floresta? - perguntei sentando-me na cama, encostada na cabeceira
- Ao ver o sangue nas paredes e em seu vestido... você estava desacordada... eu pensei que você estava morta. Mas vampiros ouvem o coração humano à distância e pude ouvir seu coração batendo, coloquei você na cama e quis ter certeza de que você ficaria bem.
- E se ele conseguisse? E se Claus conseguisse me ferir ao ponto de quase me matar? Você teria coragem de me transformar num de vocês? - perguntei com um pouco de curiosidade.
- E te condenar a uma vida eterna em um mundo que muda muito. Você não suportaria, minha princesa! - ele falou com um tom preocupado. - ele se levantou da cama e caminhou até a porta. - Vou pedir a sua aia que traga seu café da manhã e mais um chá para ajudá-la com as dores.
Minutos após ele sair, Ane entrou com uma bandeja. Comi pouco, pois as dores ainda atrapalhavam demais no meu apetite. Tomei um chá amargo, que me fez sentir muito sono deitei e adormeci.

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