Os primeiros raios de sol iluminaram meu quarto atravessando as cortinas entreabertas. Pude ver Phillip sentado dormindo na poltrona próxima às janelas. Afastei as cobertas, levantei e caminhei silenciosamente até o banheiro para lavar o rosto. Consegui passar por ele sem acordá-lo. Era reconfortante ver que ele cumpriu mais uma vez a promessa de ficar até o amanhecer vigiando meu sono e me protegendo.
Ao sair do banheiro Phillip estava sentado na ponta da cama, acordado e olhando para cada movimento meu enquanto eu caminhava do banheiro de volta para a cama.
- Bom dia, como está se sentindo? - ele perguntou com a voz ainda rouca e sonolenta.
- Sinto-me melhor. Dolorida, mas melhor. Consegui dormir melhor hoje. Dói respirar. Preciso voltar para casa. O rei vai acabar ficando irritado com a demora para voltarmos. Primeiro sua doença e agora isso. Estou preocupada escondendo tantas coisas do rei... - falei enquanto deitava de volta na cama, sentindo as costelas e puxava as cobertas sobre mim.
- Ele não vai desconfiar. - ele falou me cobrindo-me melhor.
- O que fez você acreditar em mim? Vir me socorrer quando Claus tentou me matar? - perguntei com um tom irritado, as dores estavam insuportáveis - Antes você não acreditou tanto em mim quando te contei sobre o que havia ocorrido em Paris. O que mudou?
- Anteontem, depois que te encontrei coberta de sangue no chão, sem ver o que havia acontecido ou sem encontrar Claus por perto, imaginei que ele teria feito isso com você, mas você estava desacordada, consegui ouvir seu coração, então sabia que você estava viva. Eu não tinha como perguntar a você. Claus pode ser violento, mas só quando é contrariado. Imaginei que algo mais poderia ter acontecido em Paris, ele deve ter tentado algo além do beijo em você. Bom, vampiros são excelentes controladores de mentes, podemos hipnotizar qualquer humano só com o movimento de uma mão. Chamei Anna na biblioteca e sob meu controle pedi a ela que me contasse em detalhes sobre a viagem de vocês a Paris. Ela contou tudo. Mortais não mentem quando controlados. Sei que Claus não tentou nada, mas roubou um beijo contra a sua vontade.
- Você não viu Claus me levantando pelos cabelos? Eu vi você entrando pela porta! Não daria tempo dele escapar.
- Vi o momento em que ele te arremessou contra a parede. Talvez da segunda vez... e o lancei pela janela aberta. Ao cair lá embaixo ele correu para a floresta. Ontem, antes da segunda visita do Dr. Oliver, rastreei Claus com outros soldados meus pela floresta. Ele sumiu. - ele disse pegando minha mão e segurando entre suas mãos.
- Por que você não foi atrás dele quando o viu correndo para a floresta? - perguntei sentando-me na cama, encostada na cabeceira
- Ao ver o sangue nas paredes e em seu vestido... você estava desacordada... eu pensei que você estava morta. Mas vampiros ouvem o coração humano à distância e pude ouvir seu coração batendo, coloquei você na cama e quis ter certeza de que você ficaria bem.
- E se ele conseguisse? E se Claus conseguisse me ferir ao ponto de quase me matar? Você teria coragem de me transformar num vampiro? - perguntei com um pouco de curiosidade.
- E te condenar a uma vida eterna em um mundo que muda muito. Você não suportaria, minha princesa! - ele falou com um tom preocupado. - ele se levantou da cama e caminhou até a porta. - Vou pedir a sua aia que traga seu café da manhã e mais um chá para ajudá-la com as dores.
Minutos após ele sair, Anna entrou com uma bandeja. Comi pouco, pois as dores ainda atrapalhavam demais no meu apetite. Tomei um chá amargo, que me fez sentir muito sono deitei e adormeci.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem cada capítulo.