Enquanto eu almoçava, minha ansiedade me lembrava que Phillip ficou no meu quarto sozinho. Ele andou de um lado para outro incerto. Deitou-se na minha cama. Ele adorava deitar em minha cama, pois tinha meu cheiro e ele adorava sentir meu cheiro nos lençois. Assim ele adormeceu. Chegando em meu quarto após o almoço avisei a Anna que eu dormiria mais cedo e por isso não desceria para o jantar.
Pedi a ela que me deixasse repousar, pois eu precisava estar bem em alguns dias para o casamento. Phillip estava deitado, sem camisa, com o rosto enterrado em meu travesseiro e com os cabelos desgrenhados. Era uma visão divina. Ele não acordou mesmo depois de ouvir o som da chave trancando a porta.
Sentei devagar na cama. Tomei meu tempo observando aquela visão. Ele era tão lindo, tão forte, cada músculo de suas costas parecia saltar em relaxamento total. Não iria resistir à tentação de beijá-lo, ele parecia tão vulnerável. Reclinei devagar em sua direção, deitando ao seu lado. Cada movimento preciso e delicado, para que ele não acordasse. Segurei seus pulsos contra a cama e o beijei como antes de sair.
Ele acordou e ao invés de tentar se afastar, me abraçou trazendo seu corpo mais para perto do meu. O tempo parecia ter parado naquele beijo. Quando finalmente nos afastamos, para respirar ele falou com a voz rouca, olhando diretamente em meus olhos:
- O que foi isso? - ele sentou enquanto falava
- Eu não resisti e senti que era o momento certo para um beijo. - falei ainda tentando respirar e sentando-me ao seu lado
- Nunca ninguém me beijou assim, princesa... - ele falou me puxando novamente para perto de seu corpo recostado na cabeceira da cama
- Eu também nunca fui beijada assim antes, acho que estou completamente apaixonada por você, Phillip. - falei passando meus dedos em seus cabelos.
Ficamos ainda um bom tempo só trocando olhares. Recostados na cabeceira e grudados um no outro.
- Você parece cansado. - falei preocupada
- Estou há duas noites sem me alimentar. Vampiros começam aparentar cansaço, fraqueza e ficamos lentos, quando estamos com fome. - ele falou se levantando. - Já anoiteceu?
Levantei e segui até a janela para verificar e sim, já era noite.
- Tenho que ir. Só nos veremos no dia do casamento. Não vá até a cabana. Tenho medo de você sozinha na floresta. - ele falou pegando a sua camisa e a vestindo.
Ele se aproximou rápido de mim, me abraçando e falando em meu ouvido:
- Você diz que tem sentimentos por mim, mas fugiu quando eu te perguntei se você já havia beijado outra pessoa, chega aqui e me desperta com um beijo que será difícil de esquecer.
Um arrepio correu pelo meu corpo e tentei manter minha postura mais rígida:
- Você desconfia de mim, quando eu falo a verdade. Nunca beijei, nem beijarei outra pessoa. O que ocorreu em Paris, com Claus foi contra a minha vontade... - respondi tentando me soltar do abraço dele sem sucesso
Ele me apertou mais perto dele, como se isso fosse possível e falou com os lábios nos meus:
- Adeus, minha noiva.
- Adeus... - falei com ele me soltando e saindo pela janela.
Pude ver quando ele montou em um de seus corcéis negros e então desapareceu na escuridão da noite e voltei para minha cama. Talvez depois do dia agradável, aproveitando a companhia maravilhosa de meu amado príncipe eu conseguisse dormir melhor. Iria sonhar com ele certamente. Dormi cedo neste dia. Não voltei à cabana. E ele não voltou a me procurar.
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