maio 05, 2024

Capítulo 33 - Concluindo a conversa

Tentei pensar em tudo que o vampiro no andar de baixo poderia fazer. Talvez se vingar da morte de Claus. Fui até a janela para verificar se ela estava trancada, quando vi a janela aberta. Um arrepio correu minha espinha e finalmente pude ver, em meio à escuridão Phillip de pé no canto próximo à janela. Dei um pulo para traz com o susto, mas consegui perguntar:
- O que você está fazendo aqui? - só então percebi que o corte no meu braço estava sangrando.
- O que houve? Onde você estava? - ele falou saindo das sombras e caminhando em minha direção.
- Quero minhas respostas antes - demandei - O que você está fazendo aqui? - falei caminhando em direção ao banheiro, precisava de algo para estancar o sangramento.
- Você saiu correndo da cabana. Eu precisava ter certeza de que você chegaria em segurança.
- Demorei, porque quando cheguei aqui ouvi um barulho e fui ver o que era.
- Por que seu corte está sangrando? O que você está tentando esconder de mim? - ele falou segurando meu braço machucado
- Escorreguei no saguão, esbarrei com o braço e o corte abriu. Preciso fazer um curativo. - Menti, não queria outro vampiro morto dentro do meu castelo.
- Venha! - ele ordenou me levando até a cama, onde me sentei. 
Ele cautelosamente pegou uma atadura limpa e refez o curativo.
- Por que você veio até aqui? - perguntei, pois eu não esperava que ele me seguisse de volta.
- Para saber porquê voce fugiu. - ele falou sentando ao meu lado na beira da cama
- Você parecia estar com ciúmes de Lucas. Mas não sei como você reagiria à morte de Claus... tive medo. - falei quase gaguejando.
- Mesmo sabendo que sou um vampiro e que te alcançaria facilmente? E se quisesse fazer mal a você eu faria, mas a princesa sabe bem que sou incapaz de te machucar, não? - ele falou acariciando minha bochecha com o polegar.
- Talvez... - falei quase num sussurro
- Vamos retomar nossa conversa na cabana, mas primeiro, conte-me a verdade sobre como o corte abriu, certo? Você estava com o coração disparado quando trancou a porta do quarto. Não minta. Não quero ter que te forçar a me falar a verdade.
Abaixei a cabeça. O nervosismo era aparente.
- O filho de Claus. O som que ouvi ao entrar no castelo era o filho de Claus. Ele me segurou e rasgou o corte. Ia me morder, mas consegui derruba-lo e correr pelas escadas. 
- Vou verificar se ele ainda está aqui. - ele disse se levantando.
- Não, não me deixe sozinha. - falei segurando sua mão.
- Eu vou ficar - ele falou de pé, indo até a janela. Fechou as cortinas e virou-se para mim com um olhar malicioso - e se eu passasse o dia com você, como fizemos daquela outra vez? 
- Quando amanheceu e você ficou preso aqui? - perguntei nervosa
- Sim, poderíamos conversar e eu tiraria todas as dúvidas que deixam você com medo. Você não pode ter medo de mim. Vamos ser um casal em breve. Você precisa começar a confiar em mim. 
- E se não funcionar? Tem nobres chegando para o casamento. Tenho outros preparativos que preciso dar andamento. Eu não poderia passar o dia todo aqui em meu quarto.
Ele se aproximou da cama, me levantou com um puxão e me abraçou:
- Vamos tentar. Vai ser melhor do que da outra vez, certo? - ele falou encostando a testa na minha testa.
- Tudo bem. - desisti. Deitei para dormir enquanto ele foi para a poltrona próxima à janela.
- Durma! Amanhã teremos nosso dia. - ele falou recostando um pouco mais.
Não consegui pegar no sono. Muitas coisa passaram em minha mente. Phillip dormiu e pude apreciar o quão belo e pacífico ele parecia dormindo. Sentei ao lado dele e fiquei pensando em como viveríamos daquela forma. Toda essa situação era estranha e muito complexa. Mas olhando ele dormir pensei no quão bom era ter alguém forte e poderoso como ele para me amar e me proteger. 

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