- Dei suas respostas. Quero a minha. Por que você não teria coragem de me bater? - ele falou, enquanto ouvimos o barulho da maçaneta girar.
Pedi a ele que permanecesse sentado onde estava, quando minha aia adentrou o quarto. Havia amahecido. Não percebemos. Ane me trouxe o café da manhã, mas eu sabia que não conseguiria comer. Não tinha dormido. Estava exausta.
Ela viu Phillip sentado na poltrona próxima a janela e ele falou a ela que estava cuidando de mim. Ela discretamente saiu, depois de deixar a bandeja em uma mesinha e fechar a porta atrás de si.
- Posso esperar por sua resposta. - ele disse persistente, apontando para a bandeja. - Vossa Alteza tem que se alimentar.
- Você não poderá sair daqui agora, amanheceu. - falei apontando para as pesadas cortinas fechadas na frente de minha janela. Adormeci após falar.
Hoje seria o dia em que as costureiras viriam para a prova do vestido. Phillip me acordou acariciando meu rosto.
- Ao menos dessa vez não houve gritos. Seu sono pareceu melhor. Ainda houve um murmúrio... - ele falou calmamente olhando em meus olhos, mas o interrompi.
- Mas tive pesadelos! Quanto tempo eu dormi? - falei me descobrindo e levantando a caminho do banheiro.
- Dormiu pouco mais de quatro horas, princesa. Por que a pressa? Você ainda tem que descansar. - ele falou sentado ao lado da cama me acompanhando com os olhos.
- Hoje é a primeira prova do vestido de noiva. - falei do banheiro arrumando meu cabelo e lavando meu rosto.
- Isso é muito importante para mim. - ele falou se levantando e caminhando em direção à porta - Vou deixá-la a sós.
Corri antes que ele virasse a maçaneta para sair e segurei sua mão, colocando-me entre a porta e ele.
- Príncipe, não saia desse quarto! Todas as janelas do castelo são abertas às 8h e não quero pensar no que aconteceria se um raio de sol lhe atingisse. - falei retomando o folego
Ele acariciou minha bochecha e delicadamente colocou uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha, falando com a voz mais suave que já havia ouvido dele:
- A princesa está preocupada com a vida de seu noivo? - pude notar um leve sorriso no canto de seus belos lábios.
- Talvez - falei, tentando fugir do quarto, mas falhando miseravelmente.
- Princesa, deixe-me ver, ele virou a maçaneta e me empurrou, ele era muito forte.
- Não - gritei no exato momento em que uma leve fresta da porta revelou a claridade do lado de fora de meu quarto.
Phillip fechou a porta e caiu para trás como se tivesse levado um golpe, totalmente desacordado. Assustada, ajoelhei e segurei sua cabeça em minhas mãos. Tentei puxa-lo para longe da porta. Eu não sabia o que fazer.
- Acorda! - ordenei a ele enquanto uma lágrima escorria de meus olhos -... você não é tão frágil assim, não morra!
Observei-o durante algum tempo. Mais lágrimas embaçaram minha visão. Dei um beijo em seus lábios gelados. Ele abriu os olhos e disse enxugando minhas lágrimas:
- O que aconteceu?
- Você desmaiou. Há luz do sol lá fora, Há uma enorme janela no final docorredor que o ilumina todo. Você tem que ficar aqui. Eu preciso sair do quarto, mas você só poderá sair quando anoitecer.
- Por que a princesa me beijou? - ele perguntou olhando diretamente nos meus olhos, enquanto sentava.
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